segunda-feira, 19 de março de 2018

Mulheres – Charles Bukowski


“A pior coisa prum escritor é conhecer outro escritor, e, pior ainda, conhecer uma penca de escritores. Um bando de moscas em cima da mesma merda”.
A minha “Lua-de-mel” com Bukowski começou exatamente em 2014 com mulheres, romance publicado em 1978. Em 2012, li Crônica de um amor louco, de Charles Bukowski, e não consegui enxergar a sua genialidade nos contos do livro. Mas, como afirmei naquela ocasião, livro tem seu tempo para ser lido, acredito que tenha lido “o velho safado” no momento errado. Após ler Mulheres naquela ocasião, decidi que, definitivamente teria que reler Crônica de um amor louco e ler toda a sua obra. Foi o que fiz e agora reli.
“Eu não sei do que os outros escritores precisam, nem me interessa. Não os leio mesmo”.
 Como em vários de seus contos, em Mulheres Bukowski aparece como personagem, através de seu alter ego, Henry Chinaski, um escritor beberrão e viciado em corrida de cavalos que, aos 55 anos, está a 4 em jejum sexual. Depois de um relativo sucesso de suas poesias, a vida sexual do embriagado Chinaski começa a mudar. E muda radicalmente! Mulheres é uma sucessão de aventuras sexuais do escritor, onde ele entra e sai da vida de uma série de amantes dos mais variados perfis. A única constância é a bagunça que ele deixa ao sair de suas vidas.
“Eu era a soma de todos os erros: bebia, era preguiçoso, não tinha um deus, ideias, ideais, não me preocupava com política. Eu estava ancorado no nada, uma espécie de não ser”.
Nesse livro, a genialidade de Bukowski aparece na forma como ele mostra o mundo (dos desajustados) como ele realmente é, usando uma linguagem sem afetação. Com um olhar cru, Chinaski divide com o leitor detalhes sórdidos de sua vida sexual através de Chinaski. Por isso, Mulheres é um livro para ficar nas prateleiras mais altas da biblioteca, mas que deve ser lido, mais cedo ou mais tarde...     

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