quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Casados com Paris – Paula McLain

“Grilhões e amarras não eram a fórmula para prender um homem como Ernest – se é que havia alguma”.
Mais uma vez vemos aqui aquela velha história do livro que é comprado por que estava barato (R$ 5,00) e nos surpreende. Casados com Paris foi achado perdido numa prateleira e, além do preço convidativo, a menção ao nome de Ernest Hemingway chamou a atenção. Ernest e Hadley se conhecem em Chicago nos anos 20. Ela é sete anos mais velha e sonha em ser feliz, já que se aproximava dos trinta anos e nunca vivera um grande amor. Ele sonha em ser escritor e viver da escrita. Em Casados em Paris, publicado em 2011, a escritora norte-americana Paula McLain utiliza-se de uma pesquisa rigorosa para escrever uma “biografia fictícia” da primeira esposa do escritor Ernest Hemingway, Hadley Richardson.
“Eu não confio num homem que nunca vi embriagado”.
Por causa da doença da mãe, Hadley tinha vivido até os 28 anos numa espécie de casulo. Com a morte da senhora Richardson, resolve passear em Chicago e, através da sua amiga Kate, conhece Ernest, então um belo e impetuoso jovem de 21 anos. Ao retornar para casa, continuam se relacionando por cartas, até engatarem um relacionamento e casarem. A princípio, o jovem casal vai morar num pequeno apartamento em Chicago, mas o sonho de Ernest de mudar para Paris e viver da escrita nunca foi esquecido. Ainda nos anos 20, o casal se muda para a Cidade Luz, onde trava conhecimento com grandes nomes das artes, como Gertrude Stein, Scott e Zelda Fitzgerald, Ezra Pound, entre outros. A famosa Geração Perdida!!
“Os muito ricos só admiram a si mesmos”.

Em Paris, travamos conhecimento com um Hemingway extremamente egoísta, que só pensava em concretizar seus sonhos na literatura; e uma Hadley muito submissa, que abria mão dos seus sonhos para sonhar os sonhos do marido. O nascimento da filha veio abrir um abismo entre os dois, com Hemingway se afastando de ambas sob a alegação de que precisava de silêncio e concentração para escrever. Narrado em primeira pessoa, ao contar a própria história, Hadley nos coloca a par não apenas da intimidade do escritor Ernest Hemingway, mas também das histórias de toda uma geração de gênios da arte, que erroneamente foram chamados de “Geração Perdida”.  

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