quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Trumbo: a vida do roteirista ganhador do Oscar que derrubou a lista negra de Hollywood – Bruce Cook

"Posso não ser o melhor roteirista de Hollywood, mas sou de longe o mais rápido."      (Dalton Trumbo)
No início do ano passado, foram lançadas simultaneamente no Brasil a biografia e a cinebiografia de Dalton Trumbo. Roteirista mais bem pago de Hollywood nos anos 50, Trumbo assinou o roteiro de clássicos do cinema como Papillon, A princesa e o plebeu, Exodus e Spartacus. No livro Trumbo: a vida do roteirista ganhador do Oscar que derrubou a lista negra de Hollywood, o crítico, jornalista e escritor Robin Cook aborda a vida do roteirista desde a infância difícil, quando teve que se envolver em negócios ilícitos para sobrevir, até sua morte, em 1976, aos 70 anos, vítima de um ataque cardíaco.
“Nunca fiquei desempregado em toda a minha vida, nem durante a Depressão, nem durante a lista negra”. (Dalton Trumbo)
James Dalton Trumbo nasceu na pequena Montrose, no Colorado, em 1905, onde teve uma infância difícil, tendo que exercer vários tipos de profissão para sustentar a mãe e as irmãs após a morte do pai. Ainda adolescente, trabalhou em jornais locais, cobrindo tribunais e fazendo obituário. Seu primeiro romance, Eclipse, publicado em 1935, narrava, sob uma perspectiva realista, a história de uma pequena cidade e seus habitantes. O problema é que muitos moradores de Montrose se viram naquelas descrições, o que causou embaraços à Trumbo durante décadas.
“Todos aqueles anos de privações só serviram para aumentar sua estima pelo dinheiro”.
Começou a trabalhar em roteiros de filmes em 1936 e, três anos depois, publicou seu segundo romance, Johnny vai à guerra, um clássico pacifista inspirado num artigo sobre um soldado que ficou desfigurado na Primeira Guerra Mundial. No início dos anos 40, Trumbo já era um roteirista bem remunerado e requisitado em Hollywood e, em 1943, filia-se ao Partido comunista, fato que lhe trará problemas anos depois e marcará a sua biografia. O episódio, ocorrido em 1947, ficou conhecido como Os dez de Hollywood, quando Trumbo e mais nove cineastas foram convocados a depor numa comissão do Congresso americano que investigava uma suposta infiltração de comunistas na indústria do cinema.
“Ele (trumbo) é o homem mais desprovido de hipocrisia numa cidade de hipócritas”.

Trumbo recusou-se a falar nome de colegas que supostamente seriam comunistas e, três anos depois, é condenado por desobediência, passando onze meses na prisão, e foi incluído na Lista Negra, a relação de profissionais do cinema (atores, diretores, roteiristas) que estavam proibidos de trabalhar no setor. Mesmo preso e incluído na Lista negra não parou de escrever. E depois de solto foi para o México, onde escreveu mais de trinta roteiros sob pseudônimos ou usando nomes de colegas. Chegou a ganhar o Oscar desse jeito. Trumbo só foi reabilitado em 1960, quando assinou o roteiro do filme Exodus.          

Nenhum comentário:

Postar um comentário