quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

A mulher de trinta anos – Honoré de Balzac

“Uma das armas mais fortes do homem é esse poder terrível de dominar por sua presença uma mulher cuja imaginação naturalmente impressionável se aterroriza ou se ofende com uma perseguição”. 
O escritor francês Honoré de Balzac é conhecido por suas agudas observações psicológicas na construção de personagens. Extremamente produtivo, em seus mais de cem escritos, entre romances e ensaios, abordou temas como o dinheiro, a usura, a hipocrisia familiar, os costumes sociais, a política francesa, a pobreza no ambiente rural, entre outros. A mulher de trinta anos é um conjunto de fragmentos publicados de forma dispersa e somente reunidos e publicados sob esse título em 1842. Dividido em seis partes, a obra tem como personagem principal Julie, a dita mulher a que se refere o título.
“Tanto a infelicidade como a felicidade verdadeira nos levam ao devaneio”.
Na primeira parte, Primeiros erros, Julie, contra a vontade do pai, casa com o primo e coronel do exército napoleônico Vítor, com quem tem uma filha, Helena. O casamento só lhe trará dissabores e Julie conhece e se apaixona pelo nobre inglês Lorde Artur Grenville, médico, que promete ao marido da amada que irá curá-la da melancolia. O problema é que o jovem amante morre num acidente inusitado, aprofundando a tristeza da moça. Na segunda parte, Sofrimentos desconhecidos, Julie se retira para um castelo no interior da França na busca da cura. Em vão.
“Uma mulher incapaz de evocar os acontecimentos mais graves lembrar-se-á por toda a vida das coisas que dizem respeito a seus sentimentos”.
Na terceira parte, Aos trinta anos, a madura (e ainda melancólica) Julie conhece Carlos de Vandenesse, que se apaixona por ela. Na quarta parte, O dedo de Deus, Helena mata afogado o irmão menor, Carlos (filho legítimo ou ilegítimo de Julie?). A quinta parte, Os dois encontros, é a mais cheia de reviravoltas. Julie, mais velha, abandona a família, num lance folhetinesco, com um foragido da justiça. A sexta e última parte, A velhice de uma mãe culpada, mostra Julie com cinquenta anos e desprezada pela filha, Moina. A morte é o seu destino.
“Na mulher de trinta anos agitam-se indecisões, terrores, perturbações e tempestades que jamais se encontram no amor de uma mocinha”.

Quer saber? É um livro chato! O ponto positivo é a descrição da sociedade francesa do século XIX e o que era ser uma mulher naquela época, mas a história é confusa. Talvez por ela fazer parte de uma obra maior, A comédia humana, o que, às vezes, deixa a história desconexa. E não apenas isso! Julie é uma personagem chata com sua interminável melancolia e infindável infelicidade. Mas Balzac é clássico e deve ser lido. Mesmo com uma linguagem difícil (mas nem tanto) e uma personagem nem um pouco carismática, A mulher de trinta anos é um livro a ser lido. 

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