quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

A letra escarlate – Nathaniel Hawthorne

“A natureza humana, tal como as batatas, não floresce quando plantada e replantada, por uma longa série de gerações, no mesmo solo cansado”.
Nathaniel Hawthorne é considerado por muitos críticos o primeiro grande escritor dos Estados Unidos e o maior contista que o país já teve. É autor de inúmeros contos e oito romances, entre outros escritos, sempre tendo a moral como tema principal. A letra escarlate, seu segundo romance, publicado em 1850, tido como o maior romance da literatura norte-americana, é classificado pelo próprio autor como um “romance psicológico” numa época em que ainda não se cogitava a psicologia na literatura. E, não fugindo ao seu estilo, nesse romance há o confronto do homem e seus pecados com a sociedade puritana em que vive. Ou melhor, os três personagens principais vivem em permanente conflito íntimo decorrente dos pecados que cometeram aos olhos da sociedade puritana.
“A vergonha está no ato pecaminoso, e não em seu reconhecimento”.
No século XVII, em Salem, uma comunidade puritana colonizada pelos ingleses, Hester Prynne é execrada publicamente e obrigada a carregar, pelo resto da vida, a “marca da vergonha”, a letra “A” na cor escarlate bordada em seu peito. Casada com um inglês que sumiu no mar há dois anos, Hester se envolve com um homem da comunidade e engravida, passando a ser evitada por todas as pessoas “de bem” da sociedade. Obrigada a criar sozinha a filha Pearl, Hester, que a principio se mostra indefesa, começa a mudar de atitude ao perceber que tudo o que aconteceu contribuiu para que ela tivesse a sua maior felicidade, a criança que é obrigada a carregar por todo canto, já que as outras crianças não podiam se relacionar com o “fruto do pecado”.
”Quando a turba ignorante tenta ver com os próprios olhos, as chances de engano são enormes”.
Enquanto era humilhada publicamente, o seu marido desaparecido chega anonimamente à cidade e, como ninguém o conhecia (só Hester), este assume a identidade de Roger Chillingworth, médico prático, e a obriga a guardar segredo sobre a sua identidade, prometendo-lhe que iria descobrir a identidade do pai da criança, que Hester mantinha em segredo absoluto. Os sete anos seguintes nos quais a história se passa, hester guardará, enquanto é espezinhada, humilhada e ignorada por todos os habitantes do lugarejo,  os dois segredos: a identidade do marido e do pai de Pearl, alvo da ira e da perseguição do Dr. Chillingworth. Em 1995, o livro foi adaptado para cinema, tendo Demi Moore interpretado o papel de Hester Prynne.           

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