domingo, 27 de novembro de 2016

O médico e o monstro – Robert Louis Stevenson

“Refrear a curiosidade é uma coisa; vencê-la é outra”.
Ao lado de Drácula (1897), de Bram Stoker, e Frankenstein (1818), de Mary Shelley, O médico e o monstro, do escocês Robert Louis Stevenson, publicado em 1886, forma o trio de ouro do romance de terror. Mas o que faz dessa novela de Stevenson um clássico? O livro é reflexo das teorias psicanalíticas que eram debatidas pela sociedade inglesa da Era Vitoriana, abordando questões como o bem e o mal e a possibilidade de um indivíduo ter dupla personalidade a ponto de viver duas vidas paralelas. Inclusive, Stevenson buscou inspiração no caso real de um marceneiro que durante o dia era um cidadão modelo e à noite entrava nas casas da vizinhança para roubar.
“Foi a partir do meu lado moral, e em meu próprio ser, que aprendi a reconhecer a completa e primitiva dualidade humana”.
Tudo começa quando o renomado Dr. Henry Jekyll pede ao seu amigo e advogado Mr. Gabriel Utterson elabore seu testamento deixando tudo para um misterioso Mr. Hyde. Preocupado com a estranha decisão do amigo, Mr. Utterson começa a investigar e chega até um amigo do Dr. Jekyll, o também médico Dr. Lanyon, que lhe indica um pequeno laboratório perto da casa do Dr. Jekyll onde Mr. Hyde era visto com muita constância. De vigília no local indicado, o advogado consegue ficar frente a frente com a misteriosa figura, chamando a sua atenção a aparência física grotesca e deformada do eventual herdeiro do renomado médico.
“Toas as coisas têm seu final, mesmo o maior receptáculo acaba por encher-se, e essa breve rendição ao meu mal finalmente destruiu o equilíbrio de minha alma”.
Intrigado, o advogado indaga Dr. Jekyll sobre a sua decisão de deixar tudo para tão estranha figura, este apenas afirma que é necessário. Um ano depois, um cidadão londrino é assassinado e a arma do crime é uma bengala que pertence ao Dr. Jekyll e que estava com um sujeito com as mesmas características de Mr. Hyde, segundo uma testemunha. Alertado por Mr. Utterson sobre o perigo que estava correndo, o médico falou que o seu herdeiro tinha sumido e deixado uma carta de despedida. Muitos são os mistérios que só serão desvendados ao final da história, como também muitos são os questionamentos sobre a dicotomia que compõe a personalidade humana. Estes, até hoje sem respostas.   

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