quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Walden – H. D. Thoreau

“Mais do que mero exercício de retórica, afrontar o senso comum sempre lhe pareceu emérita prática cotidiana”.
Henry David Thoreau nasceu em 1817, nos Estados Unidos. Viveu sua breve vida e morreu na pequena cidade de Concord no estado de Massachusetts. Misantropo, misógino, radical e irredutível em suas opiniões a ponto de se tornar inconveniente e descortês, era o que hoje chamaríamos de um “chato de galochas”. Eternamente insatisfeito com a vida em sociedade, os 27 anos, em 1845, resolveu morar sozinho na floresta. Durante dois anos, dois meses e dois dias, às margens do lago Walden, viveu do que plantou, morou numa cabana construída por ele mesmo e produziu o próprio pão.
“Acho saudável ficar sozinho a maior parte do tempo. Estar em companhia, mesmo a melhor delas, logo se torna enfadonho e dispersivo. Gosto de ficar sozinho. Nunca encontrei uma companhia mais companheira do que a solidão.”
Desse período de profunda reflexão e leituras, surge o livro Walden, publicado em 1854, um misto de autobiografia, manual de autossuficiência, manifesto poético e declaração de independência pessoal. Com uma narrativa lenta, detalhada e despretensiosa, Thoreau fala sobre tudo: por que se afastou da sociedade capitalista que tanto criticava, como construiu a casa que morava, a sua dieta, a sua rotina durante o isolamento, por que saiu do isolamento e voltou para a sua cidade.
“O que o homem tem de melhor logo se mistura à terra para se transformar em adubo”. 
Além das questões do cotidiano, Thoreau analisou temas como economia, leituras, solidão, educação e como viver em harmonia com a natureza. Walden não se tornou um clássico da literatura e influência para movimentos atuais como os de sustentabilidade ambiental e vegetarianismo à toa. Sempre afrontando o senso comum, Thoreau fez severas críticas a comportamentos humanos como o consumismo e exploração capitalista. Não se pode afirmar que é uma leitura prazerosa, diria até que em alguns momentos é sonolenta, mas entre bocejos e cochilos é possível “pescar” a importância da obra para a posteridade.

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