quarta-feira, 20 de julho de 2016

O retrato de Dorian Gray – Oscar Wilde

"Não devemos fazer nada sobre que não possamos conversar depois do jantar”.
Publicado pela primeira vez como periódico em 1890 na revista mensal Lippincott's Monthly Magazine, O retrato de Dorian Gray foi revisado e ampliado pelo autor e publicado em formato de livro já no ano seguinte. Considerado imoral para a época, os editores suprimiram à revelia de Wilde algumas palavras antes da publicação. Mesmo assim, os críticos literários acusaram o autor de violar as leis que protegiam a moralidade pública.
"Pensei em ir dizer ao profeta que arte possui alma, mas o homem não. Receio, entretanto, que ele não me iria compreender”.
Na Londres aristocrática e hedonista do século XIX, o pintor Basil Hallward vê em Dorian Gray, um jovem pianista de uma beleza irretocável, a inspiração para pintar um quadro que deixem todos estupefatos com a perfeição da pintura e que leve todos a crer que o artista tenha captado a própria alma do modelo. Através de Basil, Dorian conhece o Lord Wotton, um aristocrata hedonista que o convence de que o único propósito a ser perseguido é o da beleza e do prazer.
“Não há nada que você, com sua extraordinária beleza, não possa fazer”.
Seduzido pelas palavras do Lord Wotton, Dorian lamenta que ele envelhecerá enquanto a sua figura pintada por Basil permanecerá sempre jovem e expressa o seu desejo de ser eternamente jovem, nem que tenha que vender a sua alma. Sob a influência de Wotton, Dorian se torna um jovem cínico, egoísta, cruel e insensível e todos os seus atos passam a refletir na pintura de Basil, que se deteriora com o passar do tempo, como se ela refletisse o estado em que se encontrava a alma de Dorian.
"Não sinto pavor da morte, o que me aterroriza é a aproximação da morte”.
Para muitos, O retrato de Dorian Gray não é apenas um romance filosófico com crítica social e moral, mas o primeiro romance com temática gay. Essa visão pode ser explicada não apenas pelo fato de Wilde ter sido homossexual, mas também pela obsessão dos personagens pela beleza física de Dorian. Chama a atenção também o fato de haver três personagens masculinos no centro da trama que pautam suas discussões na arte, na beleza e na vaidade e que é fácil perceber o embevecimento de Lord Wotton diante da beleza do jovem Gray.   
"O pecado sempre se inscreve no rosto dos homens, impossível escondê-lo”.

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