domingo, 15 de maio de 2016

Jane Eyre – Charlotte Brontë

“É um pensamento estreito dos seres mais privilegiados do sexo masculino dizer que as mulheres precisam ficar isoladas do mundo para fazer pudins e cerzir meias, tocar piano e bordar bolsas”.
Irmã mais velha da consagrada escritora Emilly Brontë, Charlotte publicou seu primeiro livro, Jane Eyre, em 1847, oito anos antes de morrer. Aliás, Charlotte morreu muito jovem, aos 39 anos, de tuberculose quando estava grávida do seu primeiro filho. Além de Jane Eyre, a escritora inglesa escreveu outros dois livros com protagonistas femininas: Shirley (1849) e Vilette (1853). O seu único romance que tem um protagonista do sexo masculino, O professor, foi escrito na mesma época de Jane Eyre, mas rejeitado pelas editoras. Só seria publicado postumamente em 1857.
“É bem sabido que os preconceitos são difíceis de serem erradicados do coração daqueles cujo solo jamais foi revolvido ou fertilizado pela educação”.
Em Jane Eyre, a personagem que dá título à obra é uma jovem que tem um comportamento pouco convencional de acordo com a rígida sociedade vitoriana. Órfã de pai e mãe, Jane mora com a tia e seus nada adoráveis primos, que a maltratam constantemente. Além de não ser filha legítima da dona da casa, Jane não era dotada de atributos físicos, o que gerava todo o desprezo dos membros da família. Tudo começa a mudar para Jane quando o farmacêutico, ao atender a jovem (o médico só era chamado para atender os membros da família), aconselha a senhora Reeds, a tia, a mandar Jane para um internato barato e sem grandes atrativos.
“Onde há energia para exercer uma ordem, a obediência nunca falha”.  
Nos oito anos seguintes, Jane terá uma formação que lhe permitirá tentar viver independente, o que era quase impossível para uma mulher na época. Um anúncio de jornal oferecendo um emprego de professora de uma criança irá mudar a sua vida completamente. A autora publicou esse livro pela primeira vez usando um pseudônimo. Quando sua verdadeira identidade foi revelada, causou escândalo. Charlotte retrata em Jane Eyre a condição da mulher na Inglaterra do século XIX, onde acreditava-se que a mulher só conseguiria ser feliz e respeitável através do casamento e da maternidade. Charlotte Brontë mostrou para todos que não.     

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