segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Cinema nacional: Solidões



Todos sabem que Oswaldo Montenegro é um músico extraordinário. Mas em Solidões (2013), ele se superou e mostrou que é um artista completo. Em seu segundo longa metragem, o músico não apenas fez a trilha sonora, mas dirigiu, escreveu o roteiro e atuou em uma das histórias que compõem o filme. E Oswaldo Montenegro conhece bem a linguagem cinematográfica a ponto de, através dela, despertar emoções e sentimentos muitas vezes esquecidos.
Outro destaque é Vanessa Giácomo, que além de narrar o filme, interpreta uma mulher que perdeu a memória e rejeita sua vida anterior. Seu personagem atua como um fio condutor entre as seis histórias independentes que compõem o filme, o que pode valer-lhe o status de protagonista. Se é que há algum no filme, já que a proposta é trazer uma estática experimental, fora rótulos da indústria. E funciona no caso de Solidões. É impossível defini-lo como drama, comédia ou tragédia, pois há nele de tudo um pouco. Sem contar o flerte com o documentário.
O filme passeia pela poesia e pela reflexão acerca da solidão em todos os episódios.  E entre um e outro, um teste de elenco para o filme aparece como subterfúgio. Um filme sem rótulos com estética experimental teria tudo para fracassar, mas não é o caso de Solidões, pois há uma lógica de raciocínio. Um filme que deixa cicatrizes...

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