segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Cinema nacional: Desenrola – O filme



As primeiras cenas de Dessenrola (2011), de Rosane Svartman, tinha tudo para transformar o filme numa Malhação da telona, com jovens se beijando, ouvindo rock a todo volume e andando de skate. Por sorte de quem assiste, esse ar de novela jovem global vai se diluindo no transcorrer da história, fruto do seu roteiro consistente, baseado em pesquisas colaborativas feitas em escolas e na internet. O que evitou que os roteiristas caíssem nas armadilhas do estereótipo e do lugar comum.  
A trama gira em torno de Priscila (Olívia Torres), uma adolescente de 16 anos que ainda é virgem, o que no seu meio é qualquer coisa parecida com uma doença contagiosa. Apaixonada por Rafa (Kayky Brito), ela vai tentar perder a virgindade com o surfista bonitão e cobiçado. Esse processo de “amadurecimento” até a primeira relação sexual começa quando a adolescente acha um Walk-man (uma relíquia) da mãe. No aparelhinho jurássico, ela vai encontrar as músicas que sua mãe ouvia e as declarações feitas por seu pai, já separado da mãe e casado novamente.
Prejudica um pouco o filme a linguagem mais televisiva do que cinematográfica e a participação especial de Pedro Bial, como professor Mauro, que não consegue de desvencilhar do papel de apresentado do BBB. Ele consegue ser o pior entre os atores adultos que fazem participação especial no filme. É um filme que consegue atingir, com qualidade, a faixa etária adolescente.   

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