sexta-feira, 27 de junho de 2014

Essa “bosta” do politicamente correto



Desde que essa praga do politicamente correto se espalhou pelas mentes mais simplórias, falar qualquer cretinice é motivo de escândalo. O politicamente correto veio para imbecilizar aqueles que já tinham uma tendência imbecilizante e justificar a idiotice de outros. E o que é pior: veio para tornar raso todo e qualquer debate que exija o mínimo de profundidade. O politicamente correto veio dá voz aqueles espíritos mais “sensíveis” que acham que palavras curtas e diretas são ofensivas e que preferem termos longos e obscuros que, muitas vezes, não dizem nada.
E as patrulhas ficam com seus radares politicamente corretos ligados na espera do primeiro incauto que digam alguma cretinice para pespegar um pito no desavisado. E o cretino incauto da vez é o jornalista, escritor e autodenominado historiador Eduardo Bueno, o peninha, que disse no programa Extraordinários, do Sportv, que o Nordeste é uma “bosta”. Sou nordestino mas, dependendo do ponto de vista, ele está certo!
Uma região onde o analfabetismo beira os 20% da população (segundo o IBGE), é uma bosta; uma região que lidera os casos de exploração do trabalho infantil (segundo também o IBGE) é uma bosta; uma região que criou e alimentou politicamente figuras como ACM, Sarney, Severino Cavalcanti e Inocêncio Oliveira é uma bosta. Mas, felizmente, o Nordeste não é só isso. Como bom Nordestino considero a música, a comida, o sotaque, o temperamento do povo incomparáveis. Nesse aspecto, o Sul é uma bosta!  O Sudeste é outra bosta!  
Eduardo Bueno acertou ao dizer que, sob determinados aspectos, o Nordeste é uma bosta. Errou ao incluir apenas o Nordeste nesse lodaçal escatológico. Não é somente o Nordeste que nada nas águas plácidas da privada nacional. Na verdade, todo o Brasil é uma bosta!

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