quarta-feira, 4 de junho de 2014

Crônica de um amor louco – Charles Bukowski



“A sanidade mental é uma imperfeição.”
Já li a maioria dos livros de Charles Bukowski e cheguei a uma conclusão para muitos herética: Bukowski é melhor romancista do que contista. A sua genialidade, vista em seus romances, não aparece na maioria dos contos. E no caso de Crônica de um amor louco, primeiro volume da coletânea Ereções, ejaculações e exibicionismos, eu considerei o que ficou mais aquém da sua genialidade entre os seus livros de contos.
No fim todo mundo vai parar mesmo no penico de excrementos do fracasso – na morte ou no erro, dependendo do nome que cada um preferir.”
E olha que essa foi uma releitura. Em 2012, li Crônica de um amor louco e não gostei. Na época tinha me programado para ler toda a obra de Bukowski e abortei o projeto. Depois que li Mulheres e vi ali a sua tão propalada genialidade, conclui que tinha “lido mal” o “velho safado”. Mas não li tão mal assim. Realmente nessa coletânea de contos, Bukowski está aquém da sua genialidade.
“A poesia diz tudo no menos espaço de tempo; a prosa demora muito para dizer quase nada.”
Mas na releitura, já tendo a “experiência” de ter lido outras obras do autor, vi o livro com outros olhos, mas não a ponto de colocá-lo entre as grandes obras dele. Mas dessa vez algo “escapou”. Entre os contos bons, temos um logo de cara, o primeiro, A mulher mais linda da cidade, onde o autor narra a história de Cass, uma mestiça que passou a adolescência em um convento, mas que na idade adulta, se vê frequentando os bares de baixa categoria, típicos das histórias de Bukowski.
Mesmo as histórias mais fracas do velho Buk vale a pena ler. E Crônica de um amor louco não é diferente.

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