segunda-feira, 2 de junho de 2014

Cinema nacional: Sequestro



Ao lado do estupro, o sequestro se configura um dos crimes mais cruéis cometidos pelo homem. Além da violência física desmedida, a pressão psicológica sobre as vítimas e seus familiares é algo absurdamente desumano. Isso fica evidente em Sequestro (2009), do diretor Wolney Atalla, vencedor dos prêmios de melhor documentário e melhor diretor na 10ª edição do Festival de Beverly Hills, em 2010, disputando com outras 50 produções internacionais. Prêmio mais do que merecido, o documentário é muito bom.
Durante quatro anos, Atalla e sua equipe acompanharam de perto o trabalho dos policiais da Divisão antissequestro (DAS) da Polícia Civil de São Paulo. Mostra não apenas as investigações, táticas e ações dos policiais da DAS, algo inédito, mas também a aflição dos familiares das vítimas durante as negociações. Dentre os casos citados no documentário, estão os sequestros do empresário Abílio Diniz e do publicitário Washington Olivetto.
Mas o mérito do filme (entre outros) é focar no sequestro de pessoas comuns, Cléber, José Ibiapina, Anderson e uma garotinha de seis anos. Em muitos momentos, o filme causa comoção, como no resgate da garotinha ou de um rapaz de 20 anos, filho de um empresário. Em outros, causa revolta, como o depoimento da vítima que foi estuprada no cativeiro. Atalla entrevistou também o policial que não aguentou a rotina da DAS e sofreu um AVC, criminosos e a mãe de um sequestrador. Um documentário bem feito sobre um submundo inacessível a quem não é obrigado a ter contato com ele. Imperdível!    

Nenhum comentário:

Postar um comentário