sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Doris Lessing (1919-2013)

Doris May Tayler nasceu no Curdistão Iraniano, que fazia parte do Reino da Pérsia, então dominado pelo Império Britânico, em 1919. Como era filha de pais nascidos na Inglaterra, tinha cidadania britânica. Doris Tayler, que como escritora adotou o sobrenome do seu segundo marido, Lessing, se tornou conhecida como uma escritora feminista, mas sua obra fez dela também um ícone para marxistas, anticolonialistas e militantes antiapartheid. Além da crítica social, Doris Lessing também se dedicou à ficção científica entre os anos de 1979 e 1983, com a pentalogia Canopus in Argos.
O seu primeiro romance é de 1950, A erva canta, uma história que se passa na Rodésia, país onde viveu, e fala de uma mulher casada com um colono branco que tem uma aventura com seu criado africano. Apesar das críticas na Rodésia e na África do Sul (países que baniram a escritora por muitos anos por causa de suas campanhas públicas contra o Apartheid), o livro tornou-se um best-seller e revolucionou a forma de mostrar um relacionamento entre raças diferentes.
Mas o livro mais famoso de Lessing é O carnê dourado, de 1962, de marcado tom autobiográfico, sobre uma mulher, Anna Wulf, que busca uma espécie de honestidade radical, que a liberte da hipocrisia que vive a sua geração. Esse livrou fez de Lessing um ícone do movimento feminista mundial, algo que rejeitou veementemente, por achar que o movimento simplificava a relação entre homens e mulheres.  Em 1999, a escritora rejeitou o título de Dama do Império Britânico por que “já não há nenhum império”.
Depois de mais 50 livros publicados e de muitos prêmios literários, Lessing foi agraciada, em 2007, com o prêmio Nobel de Literatura, que ela recebeu com ironia. “Como não podiam dá-lo a alguém que já tivesse morrido, devem ter achado que era melhor darem-mo logo, antes que eu batesse a bota”, comentaria mais tarde. Doris Lessing morreu no último domingo, dia 17, aos 94 anos. 

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