sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O papa não é pop, é Francisco!

Confesso que o Papa me seduziu. Não! Não vou deixar de ser ateu. Deus continua sendo uma lenda para mim. Mas o Papa Francisco me seduziu. Dos papas que conheci (os outros foram João Paulo II e Bento XVI), Francisco foi o que teve o discurso mais próximo da realidade concreta dos simples mortais, distanciando-se dos discursos voltados para o paraíso Post mortem, típicos dos líderes religiosos. Não que o seu discurso não tenha esse componente, mas há trechos mais realistas nas suas falas.
Não acredito que Francisco vá promover mudanças radicais na doutrina católica. Não acredito que a Igreja tão cedo venha abençoar o casamento gay, nem tampouco permitir a ordenação de mulheres, muito menos rever o celibato clerical. Apoiar pesquisas com células-troncos? Nem pensar, pelo menos nas próximas décadas. Você está se perguntando o que me seduziu no papa Francisco se ele não vai mudar a postura da Igreja com relação a temas tão polêmicos. O que me seduziu é que, com ele, a postura da Igreja irá mudar, pelo menos na relação com ela mesma, na resolução dos seus problemas intestinos, como a corrupção e o envolvimento de padres com a pedofilia. Se bem que com relação aos homossexuais, o discurso de Francisco é sutilmente diferente dos discursos dos papas anteriores. 
O que me surpreende no Papa Francisco é o viés político dado a temas do cotidiano, como miséria, muito diferente dos discursos de João Paulo II e Bento XVI. Suas mensagens não são apenas teológicas, mas políticas, defendendo a presença da Igreja nas camadas populares, postura defendida pelo teólogo Leonardo Boff quando ainda era sacerdote. Observa-se que o Papa Francisco adotou uma postura agregadora como forma de atrair para as hostes católicas todos aqueles que não aceitam o caráter conservador da Igreja, principalmente os jovens. Vê-se o caráter agregador do Papa Francisco nas referencias às outras religiões. Não há críticas! Ele deixa bem claro que as outras religiões são parceiras na busca por um mundo melhor.
Mesmo não sendo católico, muito menos cristão, desejo vida longa ao Papa Francisco, um líder religioso que busca pela via diplomática o caminho para um mundo menos injusto. 

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