quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Depois do último trem – Josué Guimarães

Nessa novela, escrita em 1973, Josué Guimarães ambienta a história numa cidade fictícia do interior do Rio Grande do Sul, o que é uma constante nos seus textos. Depois de uma longa ausência, Eduardo retorna para Abarama, que está ameaçada de ficar submersa por uma represa. Por absoluta coincidência, o tema tratado no post anterior sobre o filme Narradores de Javé era sobre uma cidade do interior ameaçada por uma represa. Voltando ao livro... o ambiente encontrado por Eduardo é de completo abandono, praticamente um cemitério de almas e casas abandonadas.
Eduardo passa a recordar a sua vida na cidade quando ainda morava com seu tio Lucas, por quem ele nutria ódio e desprezo por ser o velho um difamador da vida de todos, que ele conhecia por ser o chefe do trem da única estação da cidade. Com o tempo, o seu pai calado sumiu, a sua mãe bondosa morreu e todos iam abandonando silenciosamente as suas casas, sem aviso ou adeus. Restaram apenas Eduardo, o seu odiado tio e alguns poucos moradores.
Como se trata de uma história circular, o leitor não sabe ao certo onde começa e onde termina a história, nem tampouco se toda a história se trata de um sonho de Eduardo ou se são lembranças reais. Como é praxe em suas narrativas, Josué Guimarães lança mão de uma apurada técnica narrativa para dá voz ao estado de espírito dos últimos habitantes de Aburama. Um clássico e uma leitura obrigatória, mas saborosa...  

Nenhum comentário:

Postar um comentário