segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Cinema Nacional: Somos tão jovens

A produção de 2011, dirigida por Antônio Carlos da Fontoura e roteirizada por Marcos Bernstein, Somos tão jovem tanto poderia ser a história da evolução musical de Renato Manfredini Jr., como de fato é, como poderia ser a história do rock brasiliense dos anos 80. Lá estão ídolos de várias gerações como o próprio Renato Russo, Herbert Viana, Dinho Ouro Preto e Philippe Seabra.
Chama a atenção de quem assiste a semelhança de alguns atores com o ídolo que interpreta, como é o caso dos atores que interpretam Dinho e Philippe Seabra. Inclusive Thiago Mendonça, que além da aparência física, conseguiu captar traços característicos de Renato, como os gestos com as mãos, a mania de ficar ajeitando os óculos e o jeito romanceado de falar.
O filme começa com Renato acamado por causa de uma doença degenerativa. E é essa ociosidade que contribui para o surgimento do poeta. Seguindo uma linearidade cronológica, o filme começa em 1976, um pouco antes da formação do Aborto elétrico e mostra um Rento Russo punk, adolescente ainda, indignado com o “sistema”. Depois de muita busca por um estilo próprio, inclusive como “trovador solitário”, Renato acerta o passo ao criar com Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá a Legião Urbana.  
O filme é repleto de licenças poéticas, o que não diminui em nada os seus méritos. Uma dessas licenças poéticas é a personagem Aninha, grande amiga e confidente de Renato, que não realidade nunca existiu. Na verdade, como admite o roteirista do filme, Aninha é um amálgama de várias garotas que foram importantes na vida de Renato.
Outra licença poética está no momento mais emocionante do filme, quando Renato interpreta pela primeira vez Ainda é cedo como um pedido de desculpas a Aninha. Há controvérsias sobre o que inspirou Renato. A irmã de Renato, Carmen Teresa, “ouviu dizer” que era a cocaína, e não alguma menina, a inspiração para a música. Já Philippe Seabra, vocalista da Plebe Rude, afirma que a música foi feita para uma ex-namorada de Ico Ouro Preto, ex-guitarrista da Legião.
Licenças poéticas a parte, Somos tão jovens é um filme que vale a pena assistir, principalmente quem gosta de rock dos anos 80. E mesmo se não gostar, vale a pena assistir para conhecer a vida daquele que é um dos maiores ícones do rock nacional e ídolo de muitos que já estão na casa dos 40, como eu. E de muitos que tem menos de 40, bem menos...

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