quarta-feira, 24 de julho de 2013

Dublinenses – James Joyce

Dublinenses, de James Joyce, foi publicado em 1914, dez anos depois de ter sido iniciado e após o autor ter sido obrigado pelo editor, Grant Richards, a fazer modificações em alguns contos do livro. Recebido com silêncio da crítica e do público, o livro se revelou, ao longo do século XX, o espelho do homem no alvorecer do século que então se iniciava. Todas as narrativas descrevem pessoas que estão em Dublin, mas poderiam está em qualquer lugar.
Ao contrário da imagem tão difundida da obra de Joyce como algo praticamente intransponível (que o diga Ulisses, Retrato de um artista quando jovem e Finnegan´s Wake) os quinze contos de Dublinenses têm uma prosa gostosa e são divididos pelo próprio autor em quatro temas: infância, adolescência, vida madura e vida pública, acabando por formar uma espécie de história moral da Irlanda, como definiu o próprio Joyce.
A inocência das crianças, cuja ausência de malícia é preenchida de forma imaginativa aparece em As irmãs, Arábia e O encontro. A juventude promissora e romântica aparece em contos como Eveline e Dois Galanteadores (esse último considerado muito obsceno pelo editor, obrigando Joyce a modificá-lo). Já a maturidade se apresenta em dois contos: Uma pequena nuvem e Contrapartida.
O conto que fecha o livro, Os mortos, serviu de base para o cineasta americano John Huston fazer seu último filme, em 1987. Um clássico de James Joyce, como todos os seus livros, só que com uma diferença: esse é acessível à simples mortais.     

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