sexta-feira, 22 de março de 2013

Philip Roth – 80 anos


Na última terça, Philip Roth, o maior escritor americano vivo, completou 80 anos. Para comemorar a data, foi lançado o documentário Philip Roth: Unmasked, dirigido por Lívia Manera e Willian Karel e fruto de 15 horas de entrevistas, feitas entre 2010 e 2012, com amigos de infância, celebridades e escritores como Jonathan Franzen e Nicole Krauss. É de se estranhar que o escritor, que sempre teve um comportamento reservado e evitou os holofotes, tenha concordado com a produção do documentário. Mas, segundo ele, é melhor fazer agora enquanto está vivo, pois assim pode exercer certo controle sobre sua história.
O escritor vivo que mais prêmios literários ganhou, mas ignorado pelo Nobel, Roth escreveu mais de 30 livros, a maioria com temática relacionada ao judaísmo. Mas o seu mérito está em usar essa temática para se aprofundar em temas universais. É o caso de Fantasma sai de cena, onde conta a história de um velho escritor judeu que retoma o desejo sexual depois de anos de isolamento, quando fugiu da cidade após os atentados de 11 de setembro de 2001. Ou em Complexo de Portnoy, quando Roth usa um personagem judeu para falar dos tormentos a que qualquer homem moderno está exposto, como as pesadas expectativas sociais e morais, passando pela questão sexual.     
 “Eu não adoro me ver descrito como um escritor judeu-americano. Eu não escrevo em judaico. Eu escrevo em americano”, afirma Roth no documentário. Sou fã confesso de Roth e lamentei profundamente quando ele anunciou sua aposentadoria no ano passado. Não li todos os seus livros, mas tenho essa intenção e já os coloco (os lidos e os ainda por ler) na estante dos clássicos. No aniversário de Roth, quem está de parabéns é o leitor que descobriu a sua genialidade. 

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