segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Vênus da Alma


O som da tua voz faz meu falo adâmico sair do repouso e apontar na tua direção. Beija-me! Beija-me! O teu hálito desperta em mim um MAR revolto de perversões, AMOR atávico à procura do diferente. Sentimentos descontrolados que encontram uma marina para atracar. Minha amante! Encaro teu olhar em desnível, joelhos ao chão, voz de súplica. Ama-me! Ama-me! Ao nosso jeito, como somente verdadeiros amantes ousam amar-se. Nas orgias entre alfarrábios, procuro-te e só nos encontramos quando estamos a sós.
Perdoo-te por me traíres, mesmo sem pedires perdão, pois pecado não há para perdoar. De alma em alma, lapidamos nosso prazer. Excita-me! Excita-me! Como espectador, ouço gemidos e sussurros, corpos que se contorcem. És tu! Sinto teu cheiro nas tuas roupas despidas. Dou-te a liberdade que deliciosamente me negas. Apanho tuas roupas e recolho-me no meu mais recôndito prazer tomado por uma mixórdia de sentimentos: ciúmes, prazer, desejos, dever.
Sinto a chuva que emana da tua boca, os trovões que retumbam das tuas mãos e, sob o peso dos teus pés, o amor incondicional se alicerça. O amor que submete, que controla, que prende. Um amor onívoro. Graciosamente cruel, me prende em suas mãos mágicas, sob carinhos espessos. Dai-me o amor que liberta! Entrego-me a ti, minha Vênus de máscara. Lavemos nossos espíritos do mundo que nos limita. Habitemos nesse mundo criado por algum deus no quinto dia do quinto mês e que só a nós pertence! Vivamos em nosso mundo!

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