segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Décio Pignatari (1927-2012)


Morreu ontem, de insuficiência respiratória, o poeta, ensaísta e tradutor Décio Pignatari, aos 85 anos. Décio nasceu em Jundiaí, em 1927, e publicou seus primeiros poemas em 1949, na Revista Brasileira de Poesia. No ano seguinte lança seu primeiro livro de poemas, Carrossel . Formou-se em direito em 1953 e, três anos depois, ao lado dos irmãos Campos, Augusto e Haroldo, lançou o movimento da poesia concreta. Em 1965, o grupo publicou Plano-piloto para a poesia concreta, livro considerado o manifesto do movimento, consolidando-o como um movimento literário.
Toda a obra poética de Décio está reunida no livro Poesia pois é poesia, lançado em 1977. Além de poesia, Décio também escreveu romances e peças de teatro. Em 2004, escreveu a peça Céu de lona, sobre mudanças na vida e na obra de Machado de Assis. Em 2009, escreveu o romance Bili com limão verde na mão, que apesar de ser aparentemente juvenil, é considerado para todas as idades. Pignatari também escreveu livros na área da semiótica e ensaios sobre literatura. Como tradutor, era especialista em Dante Alighieri, Shakespeare e Marshall McLuhan.
"A importância dele não pode ser subestimada. Era uma das inteligências mais incisivas que este país já teve", disse Frederico Barbosa, 51, poeta e diretor da Casa das Rosas. Em 2007, numa entrevista, Pignatari falou sobre Ferreira Gullar, seu desafeto por ser um fundador do movimento neoconcreto, que rompeu com o movimento fundado por ele: "Nós fomos inimigos íntimos, o Gullar e eu. Mas eu não briguei com ele pessoalmente. Eu brigo e depois dou risada, não quero saber de guardar rancor pessoal."  
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário