segunda-feira, 11 de junho de 2012

Quando Lisboa tremeu – Domingos Amaral


O livro conta a história do terremoto que destruiu Lisboa na manhã de 1º de novembro de 1755 e é dividido em quatro partes: terra, água fogo e ar. Primeiro o terremoto, seguido de um tsunami e logo depois, incêndios que destruíram os prédios que conseguiram ficar de pé e tornaram o ar da cidade irrespirável. A narrativa é feita em primeira pessoa pelo pirata Santamaria, que conta com a ajuda do terremoto para fugir da prisão do Limoeiro. Os outros três personagens principais, ligados diretamente à Santamaria são a freira irmã Margarida, que também conta com a ajuda do terremoto para fugir do Palácio da Inquisição, o comerciante inglês Hugh Grant, que tenta recuperar seu dinheiro no meio do caos, e o menino, que tenta resgatar a sua irmã gêmea dos escombros.
Dia 1º de novembro de 1755, nove e meia da manhã, um terremoto de nove pontos na escala Richter abala Lisboa e deixa um saldo de mais de 30 mil mortos. O pirata Santamaria aproveita a destruição da prisão do Limoeiro para de lá fugir. No Palácio da Inquisição, a belíssima irmã Margarida, condenada pelo Santo Ofício a morrer na fogueira por ter um pacto com o demônio, também se aproveita do caos e foge. O comerciante inglês Hugh Grant, que estava em casa lamentando-se do mau casamento que fizera e dos inúmeros casos extraconjugais que tinha, vê sua casa desabar. O menino, que tinha acabado de sair da igreja, onde estava coma mãe, para voltar para casa e tentar evitar que padrasto abuse sua irmã gêmea, vê a igreja cair sobre a sua mãe.
Esses personagens irão se encontrar em meio à catástrofe e descobrirão que suas vidas já estavam cruzadas antes mesmo do terremoto. A reconstituição histórica é boa sem ser exaustiva e a forma com que o pirata narra a sua história deixa sempre um mistério que prende a atenção do leitor. Os pontos fracos são a edição mal feita da Editora Casa da Palavra, recheada de erros de grafia, e os diálogos do comerciante inglês, que tornam-se cansativos por misturar palavras inglesas e portuguesas, numa tentativa do autor de mostrar o sotaque carregado do personagem. É uma leitura agradável, com capacidade de agarrar o leitor e que dá uma boa visão sobre este acontecimento que faz parte da história portuguesa. 

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