quinta-feira, 1 de março de 2012

Educação pra quê?

O MEC reajustou o piso nacional do magistério em 22,22%, passando para R$ 1.451,00. Uma fortuna! De pronto a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) convocou os prefeitos à Brasília para dizer ao governo que as prefeituras não tinham condições de pagar o piso. Pediu também para que o governo mude a fórmula do cálculo do piso. O MEC usa como referência o valor mínimo por aluno do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Os prefeitos querem que o aumento do piso seja de acordo com a inflação do período.

Não me espanta essa postura dos prefeitos. Ficaria estupefato se os prefeitos tivessem ido à Brasília cobrar do Congresso uma lei que limitasse a criação de cargos comissionados nos estados e prefeituras. Ficaria babaquificado se os prefeitos tivessem ido à Brasília fazer uma manifestação contra o aumento do número de vereadores em seus municípios.

A Lei do Piso foi aprovada no Congresso em junho de 2008 para entrar em vigor em janeiro de 2009, no valor de R$ 950. Ao invés de ajustar as contas para cumprir a lei, prefeitos e alguns governadores preferiram contestar a constitucionalidade da lei. Se deram mal. Diminuam os cargos comissionados e paguem o piso. Enxuguem os gastos das máquinas que os senhores administram e paguem o piso. Cortem as despesas dos legislativos municipais e estaduais e paguem o piso.

O que é revoltante é que, enquanto algumas categorias profissionais (procuradores, desembargadores, juízes) brigam para poderem ganhar além do teto salarial do funcionalismo público, essas “lideranças políticas” esperneiam para não pagar o piso salarial aos professores. Como eles acham que a Coréia do Sul deixou de ser um rincão perdido nos confins da Ásia e transformou-se num tigre asiático? Como eles acham que a China alcançou tamanho desenvolvimento econômico a ponto de ameaçar a economia americana? Construindo praças e coretos?

Como eles acham que Argentina e Chile, nossos colegas sul-americanos, alcançaram um desenvolvimento econômico e social maior do que o nosso? Colocando criançinhas catarrentas no colo em época de campanha eleitoral? O desenvolvimento do Brasil (ou de qualquer país) passa, obrigatoriamente, pela mudança da forma como encaramos a educação. Uma revolução na educação brasileira passa, necessariamente, por duas palavras chaves: formação e valorização.

Nenhum comentário:

Postar um comentário