sábado, 24 de março de 2012

Chico, o imortal

Morreu ontem, aos 80 anos, Chico Anysio. Apesar de ser uma morte anunciada em virtude do seu estado de saúde, é uma notícia que entristece a todos. A carreira de Chico iniciou no rádio e duraria 65 anos. Sua estreia na televisão aconteceu em 1957, na extinta TV Rio. Ator, escritor, dublador, diretor. Não dá para reduzir Chico Anysio a um simples humorista, mesmo por que, em tudo que fazia, nunca se atinha à simplicidade. Duzentos personagens, oito filhos, seis mulheres, várias polêmicas, alguns desafetos e talento de sobra. Cearense de Maranguape influenciou outros humoristas, como Tom Cavalcante e Cláudia Rodrigues.

Quem está na casa dos quarenta, com certeza teve a infância e adolescência marcadas pelos personagens de Chico. Em programas humorísticos como “Chico total” e “Chico Anysio Show” lançou personagens que ficaram na memória popular e se misturaram com a história da televisão brasileira, como Alberto Roberto, a ator canastrão, coronel Pantaleão, o alcoólatra Tavares e sua mulher Biscoito, entre muitos outros. A hora do seu programa era o momento para reunir a família e rir à vontade.

Esses personagens deixaram bordões que permearam os diálogos Brasil afora, como “Eu sou jovem”, do jovem revoltado criado por ele, ou “Né, Terta?” perguntado por outro personagem seu para que a mulher confirmasse as mentiras escabrosas contadas por ele. Além da pura e simples diversão, Chico acrescentava ao seu humor a crítica, como no personagem Justo Veríssimo, um deputado insensível e corrupto, e o mais famoso deles, o professor Raimundo, quando Chico aproveitava para tecer críticas ao descaso com a educação no nosso país. Fica a saudade e a esperança de que os “herdeiros” de Chico possa dá continuidade ao seu humor. Mas fica também uma certeza: Chico é imortal.

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