quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Macho, fêmea, entre outros

Até as últimas décadas do século XVIII, a medicina admitia a existência de apenas um sexo: o masculino. E a mulher? O que chamamos de sexo feminino hoje era chamado de sexo masculino “invertido”, “inacabado”, “com defeito”. Se a gestação ocorria normalmente, nascia um menino. Se acontecia algum problema durante a gestação, nascia uma menina. Simples assim. Como a mulher não possuía o “calor do homem”, seu sexo nascia para dentro e não para fora, como o dos homens. A “criação” do sexo feminino foi um artifício para aproximar a desigualdade real entre homens e mulheres do ideal igualitário das revoluções republicanas, que estouravam nos Estados Unidos, na Europa e na América do Sul.

A sexualidade humana é tão complexa que a divisão binária entre masculino e feminino tornou-se insuficiente. Vejamos o caso do cartunista Laerte Coutinho (e esse é apenas um exemplo entre milhares). Depois de 57 anos de vida, um casamento e filhos, ele resolveu assumir a sua bissexualidade e passou a vestir-se de mulher, definindo-se como transgênero. No entanto, namora uma mulher. Fascinante por que complexo. Complexo por que fascinante. O travestimento, segundo ele, é uma questão de gênero. Como o masculino e o feminino. Simples assim?

Nem tanto. O problema é que a vida está submetida à ditadura dos gêneros. Ao se vestir, ao se manifestar, ao tratar as pessoas, seu modo, seu gestual, sua fala, tudo isso é cerceado e limitado por códigos muito fortes e muito restritos. Laerte sentiu isso na pela no último final de semana ao entrar no banheiro feminino de um restaurante. Uma cliente reclamou e o gerente teve que chamar a atenção do cartunista. A OAB discute a criação de um estatuto que, se aprovado pelo Congresso, ampliaria os direitos de travestis e transexuais em todo o país. Na Universidade do Estado do rio de Janeiro (Uerj) depois de caso semelhante, os banheiros femininos foram liberados para transexuais. Para Laerte, foi fácil sair do armário, difícil está sendo entrar no banheiro.

2 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkk, quem manda ficar em cima do muro. Solução: origina-se banheiros para todas a opções sexuais.

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  2. EU VOU TER PENA É DO BOLSO DOS DONOS DE BARES, RESTAURANTE OU QUALQUER ESPAÇO PUBLICO. É BANHEIRO QUE NÃO ACABA MAIS PARA TANTA DIVERSIDADE SEXUAL.

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