Hoje começa o carnaval. Hoje, vírgula. Na verdade, o carnaval começou logo após o natal. Toda semana tem um carnaval fora de época em algum lugar desse país. Além, claro, do carnaval “dentro da época”. Nada contra. Cada um se diverte do jeito que quer e gosta. Quem gosta de carnaval, pula. Quem não gosta, faz retiro espiritual. Como não gosto de carnaval e a minha espiritualidade é algo próximo a zero, tenho que procurar o que fazer. Inventei o “retiro material”. Nem eu sei do que se trata. Mas me divirto.
Não consigo encontrar motivos para brincar carnaval. A agitação, típica da festa, não me convém. Não consigo nem mesmo acompanhar a festa pela TV. Desfile de escola de samba é intragável. Sem desmerecer o talento dos carnavalescos ao elaborarem as fantasias. Samba enredo, monótono. Trios elétricos são as mesmas músicas sempre, só muda quem canta. E esse ano “ah se eu te pego” será ouvida na voz de todo mundo e em todos os ritmos. Até Cauby Peixoto cantaria se em trio elétrico ele subisse. Pra nossa sorte isso não irá acontecer.
Mas carnaval tem o lado criativo. São as fantasias com temas atuais. Já tivemos as máscaras de Osama Bin Laden, Barack Obama, Marco Valério, entre outros. Esse ano a febre é a barriga postiça, uma alusão à falsa gravidez de quadrigêmeos de uma moradora de Taubaté, desmascarada (sem trocadilhos) no início do ano, e a máscara do “general chorão” Gonçalves Dias, aquele que se confraternizou com os PMs grevistas da Bahia, quando tinha que vigiá-los. Tereza Cristina, personagem de uma novela global, e os personagens do humorístico Zorra Total Valéria e Janete, também terão sua parcela de “homenagens” no carnaval. É, o carnaval não perdoa... Bom carnaval para quem gosta.
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