quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Pegou mal

A música do cantor paranaense Michel teló pegou. Não apenas no Brasil, onde a música estourou definitivamente. Mas no exterior, onde já flagraram soldados israelenses dançando o hit. Dizem as más línguas que até o papa Bento XVI foi flagrado por uma alta autoridade do vaticano ouvindo-a como canto gregoriano. O caso foi abafado.

O que pegou mal mesmo foi a capa da revista Época, que você vê acima. Dizer que a música do sertanejo “traduz o valor da cultura popular para os brasileiros de todas as classes” é um pouco exagerado. Vamos ver a letra:

Nossa, nossa
Assim você me mata
Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego

Delícia, delícia
Assim você me mata
Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego

Sábado na balada
A galera começou a dançar
E passou a menina mais linda
Tomei coragem e comecei a falar

(O resto é repetição, vai e vem)

A música é bonitinha. Tem um refrão que gruda no cérebro. Ver uma gostosa na balada dançando-a é uma visão agradável, indiscutivelmente. Mas a cultura brasileira é riquíssima, vasta e gigantesca, impossível de ser sintetizada numa única música, num único livro ou numa única poesia. Não seria o cantor Michel Teló, com uma música que trata de uma “balada” que conseguiria tal proeza.

Todos os anos surge um hit novo que vai ser o maior sucesso do mundo naquele ano, e só naquele ano. No ano passado foi a irritante Rebolation, que também não traduzia o valor da cultura popular. No ano que vem vai surgir outra música com refrão chiclete, que irá colar no cérebro de todos nós e que alguns jornalistas dirão que traduz o valor da cultura popular.

A propósito, ele não vai me pegar.

A propósito de novo, quando os sertanejos universitários vão terminar o curso e parar de cantar?

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