segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A ninfa

Lembro o dia em que Carlos foi à minha casa, emocionadíssimo:

- A Luíza está grávida e você vai ser o padrinho da criança. Não interessa se vai ser homem ou mulher.

- Pô, Carlos! Obrigado. Pra mim é uma honra ser padrinho do filho de vocês dois.

Realmente, não havia motivos para não aceitar o convite. Eu e o Carlos somos amigos de infância. Nos consideramos irmãos. A Luiza concordou com a vontade do Carlos por que sabe a amizade que nos une.

A Alice nasceu perfeitinha. Como perfeitinha permaneceu pelos anos subseqüentes. Sempre no seu aniversário, em maio, no dia da criança e no natal, eu costumava levar presentes para a minha afilhada. Aliás, faço isso até hoje. Só não compro mais no dia das crianças.

- Eu não sou mais criança, padrinho! – protestara Alice quando completara 12 anos e eu apareci na casa do Carlos com o presente.

Os laços que mantenho com Alice são estreitos, a exemplo da relação que tenho com o pai dela. Considero-me um segundo pai. Sinto-me com obrigações semelhantes às de Carlos com relação à minha afilhada.

Quando ela fez cinco anos, acompanhei-a, junto com os pais, ao seu primeiro dia na escola. Em muitas ocasiões, em visitas à sua casa, ajudei-a a fazer as tarefas escolares. Essa proximidade com a minha afilhada talvez se explique pelo fato de não ter filhos. Na ausência dos meus, dou atenção à filha dos outros.

Costumava buscá-la para passear aos domingos. Íamos ao parquinho ou ao shopping. Nossa relação sempre foi de pai e filha. Os pais de Alice, Carlos e Luíza, sempre confiaram em mim. Mesmo por que não havia motivos para não confiar.

As coisas começaram a mudar quando Alice fez treze anos. Por mais que eu não quisesse ver, via. Ela estava tomando forma de mulher. Apesar da pouca idade, o corpo se definia. Não sou pedófilo, aliás, nunca gostei de mulheres muito novas, mas era impossível não notar.

Na sua festa de quinze anos ela fez questão de dançar a valsa com o pai e comigo.

- Meu segundo pai – dizia ela.

Senti-la através do vestido me deu um prazer indescritível.

Procurava não notar (mesmo notando) as curvas do seu corpo e mantive alguns dos hábitos que sempre tive com ela: Levar presentes em datas comemorativas, passear aos domingos, ajudá-la nas tarefas escolares. Apesar da tentação, mantive a postura de um padrinho exemplar.

Mas a situação foi ficando pior (pra mim). A cada dia Alice ficava mais deslumbrante. Alta, magra, morena, corpo bem definido, belas pernas, uma bunda proporcional ao seu corpo perfeito, seios em desenvolvimento, mas suficientemente grandes para alimentar fantasias. Uma verdadeira ninfeta. E era a minha afilhada!

Sei que não há impedimento legal (a não ser pela idade), mas há um impedimento moral. Como vou falar pra o meu amigo Carlos que sonho (nem sempre dormindo, mesmo por que ela tem me tirado o sono) com a filha dele adolescente, que é minha afilhada?

E não exagero. Essa menina tem me tirado o sono, mas não tem me impedido de sonhar com ela. Sempre que vou à sua casa, a observo como está vestida (sempre com shortinhos de tirar o fôlego), como anda (e como anda!), o que fala por aquela boca carnuda, os olhinhos amendoados, os seus trejeitos, um misto de peraltice infantil e sensualidade adulta, em suma, tudo.

- A benção, padrinho.

Aquela mão se estendendo até mim para que eu a beije. Aqueles dedos finos, unhas bem feitas. Ela não imagina o que eu gostaria que ela fizesse com essas mãozinhas. Ou imagina?

Não sei se ela percebeu algo, mas lançava-me olhares, a meu ver, insinuantes. Aí entrei em parafuso. Será que eu estou imaginando os olhares de Alice? Será que o meu desejo por essa garota tá fora de controle a ponto de imaginar que ela me lança olhares que eu gostaria que ela lançasse? Se isso tiver acontecendo é muito grave. Ou ela realmente está me olhando com aquele olhar lânguido de puta em inicio de carreira? Está desejando provocar o seu padrinho, num jogo de sedução praticamente incestuoso? Se isso tiver acontecendo é gravíssimo.

E cada vez que penso nisso me excito. Me excito com a minha afilhada de dezesseis anos! A ponto de, em meus encontros furtivos com as minhas parceiras de ocasião, pensar nela durante o sexo. Eu estou transando com a minha afilhada adolescente através das outras mulheres. Todas elas!

E a situação quase sai do controle exatamente quando ela completou dezesseis anos. Dei de presente pra ela um telefone celular. Na agenda, coloquei o meu número. No dia seguinte comecei a receber mensagens de Alice. A princípio mensagens inocentes, desejando-me um bom dia de trabalho ou um bom final de semana. Depois mensagens dúbias, que tanto podiam ser inocentes ou insinuantes.

Nunca respondi. Não sabia se eram reais. Desliguei o telefone para nunca mais ligar.

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