terça-feira, 3 de janeiro de 2012

2012

Não existe festa de final de ano sem as indefectíveis tapinhas nas costas e desejos de coisas boas para o próximo. Mesmo quando o próximo é um perfeito chato de galocha e você quer vê-lo pelas costas (sem trocadilho, por favor). Festa de final de ano é um elogio à hipocrisia. Não por acaso é uma festa tipicamente familiar. A confraternização e o espírito de paz, tão comum no período natalino e simbolizado com a troca de presentes, dura até o dia 1º de janeiro. A partir daí é presente de grego. E olhe, lá! As pessoas dão muita importância às tradições, mesmo sem ter muita noção dos seus significados, e por isso não tê-los como um princípio para toda a vida e não apenas para um curto período do ano.

Não existe festa de final de ano sem os desejos e promessas pessoais e as profecias para o ano vindouro. Todo início de ano é a mesma coisa: vou fazer regime, vou fazer atividades esportivas, vou achar um emprego melhor, vou ter um relacionamento duradouro, vou me portar melhor no meu casamento, entre tantas outras inovações para o ano que se avizinha. Para completar, 2012 começa numa segunda feira (primeiro dia útil) dia mundial para iniciar tudo (“segunda começo a fazer dieta”, “segunda paro de fumar”). Todos nós sabemos, inclusive quem faz a promessa, que isso é balela. Não é o ano que vai mudar as pessoas, são elas que têm que mudar independente de ser final de ano. Não precisamos do calendário para isso. Podemos mudar nossos hábitos em qualquer época do ano.

Essa época do ano é propícia às profecias. O ser humano sempre teve o desejo de adivinhar o futuro. As pessoas querem acreditar que isso é possível. E aproveitando-se disso, surge toda qualidade de “profetas”. O mais notório deles surgiu no século XVI, Nostradamus. Todos com a mesma estratégia: mensagens cifradas, sentidos dúbios, significados herméticos e indecifráveis. Esse é o segredo: profecias que, de tão intricadas ou vagas, se encaixam perfeitamente em tudo o que venha a acontecer. Mas fazem sucesso! Os programas de televisão estão cheios deles. Faço a minha promessa/profecia para 2012: continuarei sendo o mesmo chato de 2011. Fácil, fácil...

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