quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sócrates

Demorei em escrever sobre o assunto, mas enfim aqui estou eu. Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira. Ou simplesmente Sócrates. Ou simplesmente Dr. Sócrates. Ou mais simplesmente ainda Magrão. Pois é, Sócrates morreu no último domingo, aos 57 anos, de infecção generalizada causada por bactéria. O ex atleta estava com a saúde debilitada em virtude de uma cirrose. Cirrose? Então foi a bebida que matou Sócrates? Ou foi o próprio Sócrates o culpado? Culpar alguém em casos como esse é cair num discurso moralista e hipócrita. O importante é que ele bebia por que gostava, como todos que bebem, inclusive eu. Foi feliz bebendo.

Sócrates tinha tudo para não ser jogador de futebol. Era formado em medicina. Não que jogador de futebol não tenha capacidade de fazer um curso superior. Mas é que as peculiaridades da profissão não permitem que os atletas estudem por muito tempo. O físico do “Magrão” era aparentemente incompatível com o futebol: mais de 1,90, muito magro, desengonçado e pés tamanho 38. Não se sabe como se mantinha em pé. Boêmio, bebia e fumava. No entanto, era um gênio dentro de campo. Com uma inteligência acima da média, sabia onde estavam os companheiros e os adversários. Além da inteligência, se destacou pelo uso eficiente do calcanhar.

Lembro muito pouco de Sócrates jogando por Corinthians, Flamengo e Santos. Minha maior lembrança dele foi na Copa do Mundo de 1982, quando compunha o meio de campo da seleção com Zico, Falcão e Cerezo. Para muitos a melhor seleção que o Brasil já teve, melhor mesmo que a de 1970. Me lembro do fatídico jogo contra a Itália, quando o Brasil foi desclassificado pelo carrasco Paolo Rossi. Tinha doze anos e chorei desbragadamente com a eliminação. Sócrates, naquele jogo, fez o primeiro gol do Brasil. Era o maestro, ao lado de Zico e Falcão. Contra todas as probabilidades, Sócrates foi um gênio dentro de campo.

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