terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O dia da Bíblia

No segundo domingo de dezembro é comemorado o dia da Bíblia (não sei por que me passou despercebido). A data foi criada em 1549, na Grã-Bretanha, para que a população intercedesse em favor da leitura da Bíblia. No Brasil, o dia foi oficializado pela Lei Federal 10.335, de dezembro de 2001, integrando o calendário oficial do país. A palavra Bíblia vem do grego Bíblon e quer dizer “rolo”, “livro”. Livro mais vendido de todos os tempos, com mais de seis bilhões de cópias, é dividido em duas partes: o Antigo Testamento e o Novo Testamento. O Antigo Testamento apresenta a história do mundo desde a sua criação até a volta dos judeus após o exílio na Babilônia e o Novo Testamento apresenta a história de Jesus e a pregação dos seus ensinamentos.

Acho curioso como algumas pessoas lidam com a Bíblia. Recentemente o apresentador Jô Soares fez uma brincadeira, dizendo que a Bíblia era boa para fumar maconha. Ato contínuo enrolou um exemplar, como se fosse um imenso baseado, e simulou fumá-lo. Foi uma confusão. Um pastor evangélico (sem nada mais interessante para fazer, provavelmente) organizou um abaixo assinado na internet com mais de treze mil assinaturas pedindo punição para o apresentador. Não seu qual seria a punição. Seria o apedrejamento? Que mal lhe pergunte: será que faz alguma diferença fumar um baseado com o Gênesis ou com o Evangelho de Marcos?

A Bíblia é um livro como outro qualquer, passível de críticas, dúvidas, contestações e manipulações. Passível, inclusive, que se acredite nela. É um livro de fábulas, metáforas e historinhas que não deve ser levado ao pé da letra. Mesmo por que foi escrito há mais de dois mil anos. Historiadores contestam vários aspectos bíblicos, inclusive a sua cronologia. Acredita-se que ela tenha sido escrita em tempos mais recentes do que se acreditava. O seu personagem principal tem tido sua personalidade devassada e acredita-se que ele não era (seja para melhor ou para pior) como querem fazer crer. De manipulação da Bíblia a história está cheia. E não há necessidade de ir muito longe. Entre na igreja mais próxima! Acreditar que o homem foi feito do barro e que ganhou vida após Deus soprar-lhe nas narinas o fôlego da vida é de um simplismo e de uma ingenuidade de perder a ar.

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