quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Os cadernos de D. Rigoberto

Esse livro de Llosa retoma três personagens de outro livro seu, O elogio da madrasta, Rigoberto, seu filho do primeiro casamento, Fonchito, e Lucrécia, sua esposa. Em Elogio da madrasta, Rigoberto e Lucrécia se separam depois dele descobrir que a sua voluptuosa esposa tinha um tórrido caso amoroso com o seu filho. Nessa obra, Os cadernos de D. Rigoberto, Fonchito tenta, inexplicavelmente, reatar o casamento do pai e da madrasta. Na narrativa, as artimanhas de Fonchito para unir o casal novamente são intercaladas com os registros das fantasias de D. Rigoberto, onde sua ex sempre ocupa o espaço de personagem principal. O personagem D. Rigoberto e suas fantasias dariam uma obra à parte.

D. Rigoberto leva uma vida dupla: durante o dia é um austero vendedor de seguros e se comporta como um senhor respeitável e de hábitos metódicos, à noite aproveita a insônia e a solidão para registrar suas fantasias, tendo sempre Lucrécia como protagonista. D. Rigoberto esconde uma obsessão pelas mais loucas fantasias sexuais. São de tirar o fôlego! Não é à toa que ele coloca Lucrécia em todas elas: quando eram casados, ela adorava realizar todas as suas fantasias. Aconselha-se ler as fantasias de D. Rigoberto muito bem acompanhado. De preferência alguém que compartilhe o mesmo conceito de erotismo que você. Não eliminando, claro, a possibilidade de lê-las sozinho.

É um livro erótico? Se encararmos o erotismo como arte, sim. Mas como bem frisou o autor peruano quando do lançamento do livro, em 1997, “o erotismo é sinal de civilização”. Segundo Llosa, quanto menos civilizada é uma sociedade, mais próximo está o amor de uma cópula animal. Numa sociedade mais civilizada, o amor se enriquece graças à imaginação e às formas rituais. Em resenha para o New York Times, o professor universitário e autor de estudos sobre a inserção da pornografia no mundo moderno, Walter Kendrick destaca que, se não fosse tão artístico, o livro poderia se encaixar no que chama de “romance pornográfico”. Independente de conceitos é um livro que se deve ler sozinho ou acompanhado, como obra literária ou como manual erótico. O importante é ler mais uma obra genial de Mario Vargas Llosa.

Um comentário:

  1. criar um mundo cm o q Llosa criou em Os cadernos de dom Rigoberto, é algo incrivel e viver um mundo cm o de dom Rigoberto é melhor ainda. poder compartilhar das mesmas fantasias, desejos é para poucos.
    AMORim

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