quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Essa briga vai longe

Começou novamente (ou nunca terminou) o bate boca entre o pastor Silas Malafaia e o movimento gay. A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (ABGLT) solicita ao Ministério das Comunicações que retire do ar o programa de Malafaia. Segundo Toni Reis, presidente da ABLGT, Malafaia prega a violência contra os gays ao dizer em seu programa que a igreja “deveria baixar o porreta em cima deles”. Malafaia, por seu lado, diz que o movimento “ridicularizou os católicos” na parada gay no meio do ano. Sei não. Acho que está na hora de convocarmos a psicanálise para avaliar essa relação de amor e ódio mútuo.

Outra preocupação do movimento gay é a utilização das palavras “homossexualismo” ou “homossexualidade”. Alguns gays não gostam do termo “homossexualismo”. Para eles, o sufixo “ismo” tem uma acepção de patologia. Eu já fui corrigido. Mas acho uma grande bobagem. De acordo com o Aurélio, o sufixo “ismo” além de denotar uma condição patológica, denota também ação, conduta, hábito ou qualidade característica. Nenhum dos termos é incorreto. Na realidade, a questão é política. É uma luta simbólica. Ao transformar a palavra em ícone de tudo que é preconceituoso aos gays, provoca um estranhamento que desperta consciências.

Diante dos fatos narrados nos dois parágrafos anteriores, lanço a questão. Sem querer, claro, criar mais animosidades entre os contendores: a corrente de pensamento criada pelo telepastor em seus programas de televisão pode ser chamada de malafaísmo? Nesse caso seria uma patologia psicótica crônica progressiva antigay? Ou poderia chamá-la de malafaidade? Nesse caso seria uma corrente de pensamento progressista bíblica pós-moderna? Com a palavra, os dois lados da contenda.

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