sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Sensibilidade Bairrista

Bairrismo: defesa intransigente de tudo o que se relaciona com a sua terra natal. Muita gente tem como irremediável e essencial algo que é o mais acidental dos denominadores comuns: o local de nascimento. Devotam um amor incondicional e incontestável a terra natal. Não admitem nem mesmo que quem não nasceu no mesmo torrão de terra desgoste das suas pretensas maravilhas. Esse é o típico bairrista! Se alguém quiser comprar uma briga, faça críticas a uma região onde não nasceu, mas está lá vivendo. Os “da terra”, como costumam se auto denominar, sairão numa defesa enraivecida da terra amada, ofendendo sem escrúpulos o mal agradecido e tornando-o persona non grata.

No mês de junho escrevi um texto sobre o comentário que o humorista Rafinha Bastos, do CQC, teria feito em seu show. Repito-o: que se Deus é brasileiro, castigou Rondônia, pois nesse estado só tinha gente feia. A sanha dos bairristas atingiu níveis estratosféricos. Foi um Deus nos acuda amazônico. O show do humorista foi cancelado na capital, nas redes sociais todo o ódio ao humorista foi destilado, teve até senador da república usando a tribuna do Senado para defender o estado ofendido. A bola da vez, sem querer fazer trocadilho, é o jogador de futebol Josiel (foto acima), do Paysandu, do Pará, ex-Flamengo e ex- Paraná.

Josiel teve a “ousadia” de dizer numa rede social que “passar mais um mês (no Pará) é f...”. E ele já tinha antecedentes: no mês de agosto, também numa rede social, deu a entender (não falou textualmente) que as paraenses eram feias (ou não eram tão bonitas quanto as do “Rio Grande, de Goiânia”). O atleta está tendo que ir aos treinos escoltados por seguranças. Sabemos que uma das características do bairrismo é a intolerância. Pura bobagem. Esse mesmo bairrista faz piada com a preguiça dos baianos. E o que dizer das piadas de gaúchos? E a burrice dos portugueses? Tudo bem que o bom senso manda que, nessas ocasiões, tenhamos cuidado com a língua, mas o jogador tem o direito de não gostar do Pará e de achar as paraenses feias.

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