quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Letra morta

A deputada estadual da Bahia Luíza Maia (PT) apresentou um projeto de lei que prevê a fim de financiamentos públicos para artistas que compõem ou cantam músicas maliciosas que denigrem a imagem da mulher. Um recado para a deputada: desista, deputada, procure outra motivação para um projeto de lei. Um recado para os artistas: continuem a compor e cantar esse besteirol que essa lei é letra morta. Se for aprovada, não vai “pegar”. Não quero e nem vou discutir a qualidade da música, que é de péssimo gosto.

É tradição no Brasil as letras de músicas populares serem recheadas de malícia. E isso não é de hoje. “Lá no bananal mulher de branco/Levou pra índio colar esquisito/Índio viu presente mais bonito/índio não quer colar/Índio quer apito.” Essa música é de 1960. Há músicas mais antigas, como “Geralda” composta e gravada por Adoniran Barbosa em 1959. “Geralda saiu de casa,/Onde será que Geralda foi parar?/Aqui Geralda,/ Aqui Geralda,/O charutinho está cansado de esperar.” Existem várias outras da década de 30 no mesmo estilo. A deputada deve ter as suas razões para defender a imagem feminina, mas lutar contra uma tradição popular é muito difícil.

Outra razão que faz com que essa lei fique fadada ao fracasso é que o povo gosta dessas músicas de duplo sentido. Uma lei para “pegar” tem que ter a simpatia àqueles que vão obedecê-la. Um exemplo de lei que tem a simpatia da população é a lei anti-fumo. Ela dá certo por que a população concorda com as restrições ao tabaco, ajudando o poder público na fiscalização e na autuação de quem a desrespeita. Isso, com certeza, não vai acontecer com a lei proposta pela deputada baiana. Teremos que continuar aturando...

Um comentário:

  1. Gosteei do Blog, muiiito boom!!!

    Seguindoo!!! Retribui?!

    http://echidellanima.blogspot.com/

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