segunda-feira, 11 de julho de 2011

Satisfaction

O ser humano, a seguir o seu curso natural, nasce, cresce, definha e morre (a reprodução é opcional). Isso só não acontece se ocorrer algum imprevisto no decorrer desse processo. Essa regra, ao que parece, não serve para os membros dos Rolling Stones. Estava na sexta feira à noite assistindo um show da banda num canal fechado e fiquei estupefato com a desenvoltura do vocalista Mick Jagger e do guitarrista Keith Richards no palco. É algo assombroso, afinal estamos falando de sexagenários. E sexagenários que consumiram drogas em quantidades industriais durante parte da carreira.

Se os componentes da banda por si já são considerados lendas do rock, com essa desenvoltura assumem a faceta de semideuses para seus fãs. Mick Jagger saracoteia no palco por duas horas. Se eu fizesse o que ele faz por dez minutos, pode ter certeza, ficaria uma semana de cama para me recuperar. E olhe que ele tem, pelo menos, vinte anos a mais do que eu. Não são apenas os saracoteios, claro. Jagger ainda é, na casa dos sessenta, um grande cantor, com uma perfomance impecável. E mantém ainda a firmeza na voz de quando ainda estava na casa dos vinte.

A fisionomia de Keith Richards dá uma pista do que deve ter sido a vida desse cidadão. Após consumir uma quantidade de droga suficiente para derrubar uma manada de búfalos (exagero, eu sei) seu rosto, transformou-se numa mascara de rugas. Numa entrevista às Páginas Amarelas de Veja, ele mesmo admitiu que não sabe como ainda está vivo. Mas ainda é um guitarrista fantástico! Ele e a guitarra parecem que nasceram juntos, fazem parte de um só elemento. E continua com os mesmos trejeitos do roqueiro do início da carreira. É maravilhoso ouvir “Satisfaction” na voz desses sessentões. Vida longa aos Rolling Stones.

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