segunda-feira, 13 de junho de 2011

O estupro de Rafinha

Recentemente, Rafinha Bastos, comediante do CQC, afirmou em seu show que se Deus é brasileiro, castigou Rondônia, pois só tinha gente feia naquele estado. Foi uma confusão! O show em Porto Velho foi cancelado, teve deputado subindo na tribuna da Câmara Federal para exigir respeito ao povo rondoniense, comunidades em redes sociais na internet declararam ódio mortal e eterno ao comediante. Queriam até processá-lo! Uma reação exagerada, sem dúvidas. Afinal, Rafinha Bastos tem o direito de achar quem quer que seja feio. Mesmo que isso o leve a perder público num estado inteiro. Mas é um direito que o assiste. Os baianos são chamados de preguiçosos e nem por isso ficam tendo chiliques. E o que dizer dos gaúchos, que tem a sua masculinidade posta em dúvida em piadas?

No dia das mães, novamente Rafinha Bastos foi notícia. “Ae, órfãos! Dia triste hoje, hein?”. Essa foi uma piada de mau gosto! Se já não bastasse o cidadão não ter mãe, ainda vir um sujeito fazer piadas disso, não é aceitável. O incansável Rafinha bastos não se contentou com isso. Em seu show, segunda a edição brasileira da “Rilling Stone”, que fez uma reportagem a seu respeito, Rafinha disparou: “Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia pra caralho... Tá reclamando do que? Deveria dar graças a Deus. Isso pra você não foi um crime, foi uma oportunidade. Homem que fez isso não merece cadeia, merece um abraço.” Independente se é piada ou não, essa frase é de um mau gosto indiscutível. Não sei se a mãe do Rafinha Bastos é viva, mas tenho certeza que se ela fosse vítima de violência sexual, ele não perderia tempo discutindo questões estéticas.

Não discuto a competência de Rafinha bastos como comediante. Acho-o talentoso. Mas pela sua facilidade em se envolver em polêmicas desnecessária, vê-se que lhe falta tato, sensibilidade e bom senso. Não sou comediante, mas acredito que uma piada para ser engraçada tem que ter o tempo certo para ser dita. Como Rafinha deve saber disso mais do que eu, visto que ele é comediante e eu não, a única justificativa para essas estultices é a busca pela fama a qualquer custo. Do que ele não precisa, diga-se. O que importa é que para as mulheres que um dia sofreram abuso sexual, sejam bonitas ou feias, o sentimento é de um segundo estupro. Dessa vez feito pela insensatez de Rafinha Bastos.

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