sábado, 12 de março de 2011

O sexo frágil

A deputada estadual fluminense e ex-atriz, Myrian Rios (PDT), afirma que não faz sexo a nove anos. Ela é ex-mulher do cantor Roberto Carlos. Será que uma coisa está relacionada com a outra? A deputada garante que só vai se relacionar sexualmente no matrimônio. Eu a aconselharia a fazer sexo antes do casamento. Depois do casamento o sexo acaba! Sem contar que vai ser difícil encontrar um parceiro para o que ela chama de “namoro santo”. Não sei o que ela quer dizer com isso, mas presumo que seja algo próximo a uma monotonia celestial. Myriam Rios faz parte da corrente católica Canção Nova. A canção é nova, mas o dilema é antigo.

O Cristianismo, nos seus dois mil anos de existência, convive com o dilema em conciliar sexo com reprodução sem que isso implique em condenação eterna ao fogo dos infernos. Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona e um dos maiores teóricos da Igreja Primitiva, considerava o sexo “repulsivo”. Não se sentindo a vontade para culpar Deus por existência do sexo, Agostinho resolveu culpar Adão e Eva. Para aqueles que não conseguiam manter a castidade, o bispo propôs o “sexo sem paixão” e com o objetivo de procriar, que seria um pecado menor. O sexo sem fins procriativos era considerado um dos piores pecados. O casamento, pré requisito de Myrian Rios para recomeçar a sua vida sexual, era considerado uma “invenção do demônio” e uma “concessão à fraqueza humana”.

Considero o dilema desnecessário. Se um deus teria criado um ser sexuado e determinado que somente através do sexo seria possível procriar, por que esse meio seria pecado? É uma contradição! E não para por aí. Hoje a ciência criou meios artificiais de procriação, que também são condenados pela Igreja Católica. Então o cristianismo é contra a procriação? E onde fica o preceito cristão “Crescei e multiplicai”? Somente nas aulas de matemática? Deus, somos todos ateus...

Nenhum comentário:

Postar um comentário