quinta-feira, 24 de março de 2011

O Historiador

Raramente adquiro um livro sem conhecê-lo previamente. Seja através de um amigo que já tenha lido ou através da leitura de uma crítica, só compro se conhecer o livro e autor. Na maioria das vezes que em que não cumpro esse ritual, me dou mal. O Historiador, da americana Elizabeth Kostova, faz parte da minoria. Não conhecia o livro. Comprei pelo título, já que tenho formação em história, e fiquei encantado. É o tipo de obra que se deve ter na biblioteca. Tem tudo para ser considerada, sem exageros, uma obra prima do século XX.

Estamos na moda do romance de vampiro. O Historiador é um romance de vampiro. Mas é um romance que não faz parte dessa moda. É da estirpe de Drácula, de Bram Stocker, mesmo por que a autora americana consegue imitar a escrita de Stocker em vários aspectos, como deixar o seu livro parecer uma reunião de correspondências entre os personagens da trama. A história, contada em primeira pessoa (uma garota de dezesseis anos), é um entrelaçamento de três narrativas passadas em épocas diferentes (1972, 1952 e 1930). E a autora consegue prender a atenção do leitor nesse entrelaçamento de narrativas sem perder o fio da meada. A tensão e o mistério presente no livro são tão intensos, que quem ler tem a vívida impressão de que faz parte da história.

Kostova nos faz viajar no tempo, com descrições de particularidades de cidades e países, conforme o ano da narração, com sua política, geografia e cultura. A autora também faz inúmeras referências a obras antigas sobre o personagem conde Vlad III, o Empalador, que inspirou Stocker a criar o Conde Drácula. Por isso que é interessante ler, antes de ler O Historiador, Drácula, de Bram Stocker. Não que isso seja necessário. Mas apenas para dá um colorido à magnífica história criada por Kostova. É uma obra não apenas para ler, mas também para guardar. Boa leitura!!

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