segunda-feira, 28 de março de 2011

A mentira

A mentira é um assunto constrangedor para nós humanos. Uma vez que envolve questões éticas, é angustiante, para nós, assumirmos que mentimos de vez em quando. Apesar de condenações morais, a mentira é um comportamento mais freqüente do que se imagina. Tão presente em nossas vidas que lhe dedicamos um dia: o primeiro de abril. Não sei se serve de consolo, mas a mentira é um comportamento freqüente na natureza. O ser humano não é o único animal que mente. O camaleão é, se não o maior, um dos mais mentirosos. Ao mudar de cor, ele ludibria presas e predadores. Outros animais usam outros expedientes: os sapos incham para mostrar ao predador que ele é maior do que parece. O mesmo acontece com os gatos, que eriçam os pelos para impressionar o inimigo. Tudo mentira!

Mentimos por vários motivos. Se não existir motivos, inventamos um. Podemos observar vários tipos de mentiras: a mentira patológica, a mentira dolosa, a mentira social e a mentira por amor a arte. Talvez existam outras, mas vamos nos ater a essas. A mitomania é uma doença, onde a pessoa vive uma vida de mentiras a ponto de cometer crimes. No filme Prenda-me se for capaz, Leonardo Di Caprio interpreta um mitômano chamado Frank Abagnale Jr, que se passa por piloto de avião, médico e advogado até ser preso. Aqui no Brasil tivemos um caso semelhante: Marcelo Nascimento da Rocha (ele possuía outras 16 identidades) que se passou guitarrista da banda Engenheiros do Hawai, olheiro da seleção, policial, líder do PCC e até herdeiro do fundador da Gol, chegando a dá uma entrevista ao Amaury Jr como tal. Hoje cumpre pena numa penitenciária no interior de São Paulo.

A mentira patológica geralmente leva a mentira dolosa, onde sempre se busca lesar outra pessoa, tipificada no código penal como estelionato ou falsidade ideológica. Mas nem sempre a mentira é prejudicial. Às vezes faz ate bem. A mentira social é até necessária para o bom convívio com outras pessoas. Se formos falar a verdade sempre, nos tornaremos intratável. Mentimos, nessas ocasiões, por que é necessário. Fazer elogios rasgados a quem se quer conquistar faz bem a ambos. Já imaginou de formos falar verdade? Não conquistaríamos ninguém! Ao ser apresentado a alguém que não simpatizamos, somos obrigados a dizer o protocolar “prazer”, mesmo não sentindo prazer nenhum em conhecer tal pessoa. A vida vai nos mostrar que nossos pais estavam mentindo ao nos dizer quando éramos crianças: “Filho, nunca minta”. Nesses casos, a mentira é menos prejudicial do que a verdade.

Mas a mentira mais divertida é aquela que eu chamo de “mentira por amor a arte. É aquela mentira que o mentiroso conta apenas para se sobressair no grupo ou por puro prazer. Eles não ganham nada com isso nem trazem prejuízos para quem os ouve. Mas contar suas “proezas” lhes faz bem. Acredito que o símbolo maior desse tipo de mentiroso é Chicó, personagem de O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, que mente pelo simples prazer de impressionar quem o ouve. Conheço pessoas que, não importa o assunto, elas têm sempre um grande “história” para contar onde elas foram protagonistas e realizaram proezas heróicas e inacreditáveis. Esses mentirosos são inofensivos. O que eles fazem é literatura!

Um comentário:

  1. Alesandre, seguem links de Jornais e TVs locais.

    http://www.tvitarare.com.br/site/
    http://www.tvarapuan.com.br/
    http://www.redeesperanca.com.br/portal/index.php
    http://www.correiosat.com.br/
    http://jornaldaparaiba.globo.com/
    http://www.paraiba.tv.br/v/
    http://jpb1.paraiba.tv.br/
    http://jpb2.paraiba.tv.br/
    http://pbcomunidade.cabobranco.tv.br/

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