sexta-feira, 14 de maio de 2010

Olhos Azuis

Aline tinha cerca de vinte anos e era de uma beleza que chamava a atenção. Morena, não poderia ser considerada baixa e tinha um corpo de dá soluço em sapo. Gostava de sair. Na sexta e no sábado a noite saía com as amigas para os bares e boates da moda. Conhecia muitos rapazes da sua idade e, não raro, alguns se apaixonavam pela morena de belos olhos castanhos. No domingo, Aline freqüentava a praia. O mesmo setor com as mesmas amigas. Chegava por volta das dez, bronzeava-se, tomava banho de mar, conhecia belos rapazes, almoçava e, no mais tardar ás quatro da tarde, já estava em casa.
A bela morena Aline levava uma vida típica de qualquer jovem da sua idade: baladas, praia, namoricos inocentes (outros nem tão inocentes assim). Numa bela e ensolarada manhã de domingo na praia, Aline vê, de longe, aquele belo moreno de quase 1,90m e corpo definido jogando futvôlei. Fica louca.
- Quem é aquele ali? – pergunta excitadíssima á Luana, sua colega de praia e farras.
- Não conheço, amiga – responde Luana, com certa excitação indisfarçável na voz – Mas gostaria de conhecer.
- Não vem não, que eu vi primeiro. – Faça Aline em tom de brincadeira, mas falando a sério.
De imediato, Aline começa a espreitar a sua “presa” até provocar um esbarrão no quiosque de água de coco.
- Ops! Desculpa. – fala Aline, simulando um acaso.
- Sem problemas, gatinha! Eu que me desculpo pelo esbarrão – respondeu o belo exemplar de homem, pegando, de imediato, na mão daquele também belo exemplar de fêmea. –Aproveitando a oportunidade...qual o seu nome?
- Aline. E o seu?
- Rodrigo. Prazer, Aline.
- Prazer todo meu, Rodrigo – derreteu-se Aline.
Os três dias seguintes foram de paixão arrebatadora. Aline e Rodrigo não se largavam. Dormiam juntos, almoçavam juntos, à noite iam ao cinema ou jantavam juntos. Os dois grudaram um no outro durante esses três dias. E durante esse período, Rodrigo desenvolveu uma verdadeira obsessão pelos olhos da amada.
- Sou fascinado pelos seus olhos - Derramava-se Rodrigo. – São de um azul sedutor.
Aline derretia-se diante do elogio. E Rodrigo vivia a repetir:
- Amo os teus olhos. Nunca vi olhos azuis mais belos. Nem verdes também – apressava-se a dizer, achando graça onde somente os apaixonados conseguem achar.
- Os teus olhos me fascinam. – Não cansava de repetir o apaixonado Rodrigo.
Às vezes a obsessão de Rodrigo pelos olhos azuis de Aline beirava a indelicadeza e a injustiça com a beleza estonteante da morena:
- A sua beleza reside nos seus olhos
Aline começou a ficar preocupada com essa obsessão. Ela sabia que tinha o rosto muito bonito e o corpo mais ainda. Ela também sabia que por onde passava chamava a atenção dos homens e (por que não dizer?) das mulheres. Então, por que Rodrigo desenvolvera essa fixação apenas pelos seus olhos? Mas a paixão falou mais alto e Aline resolveu curtir aquele amor.
- Amorzinho, vou fazer uma viagem na quarta a trabalho e volto em dois dias. È rapidinho! Volto assim que terminar o que tenho que fazer. – Falou Rodrigo, já sentindo saudades da sua amada de olhos azuis.
- Tá bom, querido. Eu te vou esperar você. - Respondeu Aline, também já sentindo saudades do seu Zeus.
Conforme havia falado, Rodrigo viajou na quarta à noite. Aline ficou com a saudade. Porém, por mais apaixonada que estivesse, não conseguia ficar fora de uma boa farra com as amigas, e a sua tristeza durou somente 24 horas. Na quinta à noite, a apaixonada Aline resolveu sair com as amigas. E foi nessa noite que aconteceu algo, quase uma tragédia que poderia pôr em risco o seu namoro como Rodrigo e que a levou, desesperada ao consultório do Dr. Abreu, seu oftalmologista.
Após duas angustiantes horas esperando a sua vez, finalmente Aline entra no consultório.
- Dr. Abreu, preciso desesperadamente da sua ajuda – Falou Aline com olhos de súplica.
- Pois não, minha filha. Em que posso ajudá-la? – Se dispôs Dr. Abreu, na sua infinita paciência.
Aline contou toda a sua história de amor com Rodrigo e da sua obsessão pelos seus olhos azuis. Falou do que sentia pelo seu amado e de quanto gostava dele.
- Fico feliz por você minha filha. Mas qual é o problema e como posso ajudá-la?
- É o seguinte, doutor: eu não tenho olhos azuis! E perdi a lente de contato do olho direito ontem numa boate ao lavar o rosto na pia do banheiro. E Rodrigo chega hoje à noite. Somente o senhor pode salvar o amor de Rodrigo pelos meus olhos azuis...

Um comentário:

  1. Oláh, sou Dyanne Araújo achei bacana esse fatooooooooooo.... kkkkk olha a merda q eu falei

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