quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

De Cuba, com carinho

Vocês já ouviram falar em Yoani Sánchez, a blogueira cubana, cujo blog, Generación Y, foi o primeiro a ser criado no feudo dos irmão Castro e transformou-se em sucesso internacional (olha a minha inveja!), mesmo por que o acesso está bloqueado em território cubano? No blog, Yoani fala livremente do cotidiano na ilha, da ausência de liberdade e da escassez de gêneros de primeira necessidade. Claro que toda essa desenvoltura com as palavras não agradou em nada aos irmãos Castros, que já mandaram o recado. Na tarde do dia 6 de novembro, ela foi brutalmete espancada por três homens não identificados, possivelmente policiais. Até então, a blogueira tinha sido mantida em permanente vigilância, mas nunca tinha sofrido violência física. Além do falar do cotidiano na ilha, Yoani, em seu blog, derrubou três mitos cubanos, orgulho dos socialistas de todo o mundo e pretexto para a manutenção de um regime caquético: o alto índice de alfabetização da população, a medicina cubana e o aumento da expectativa de vida entre os súditos dos Castros.
Yoani aceita o fato de que 99,8% da população é alfabetizada. Um dos questionamentos é que, mesmo antes da Revolução Cubana, a ilha já apresentava um dos menores índices de analfabetismo da América Latina. Coube ao novo regime alfabetizar o restante da população. O grande questionamento da blogueira é: O que ler depois de alfabetizado? O governo controla tudo!! Não adianta saber ler e não poder ler. As informações chegam com atraso de décadas. A queda do Muro de Berlim só chegou ao conhecimento dos cubanos em 1999!! O que é contado a exaustão nas salas de aula é a guerrilha da Sierra Maestra e o assalto ao quartel de Moncada. Impera o culto à imagem de Fidel. O outro mito é o do aumento da expectativa de vida dos cubanos. São dados oficiais, sem comprovação. De acordo com Yoani, a olho nu percebe-se que a situação é outra. Os idosos estão em estado deplorável e não há estatísticas sobre a quantidade de pessoas que fogem do país, sobre o índice de abortos, o número de suicídios (talvez um dos mais altos do mundo)
O terceiro mito é o da medicina cubana, que foi modelo enquanto recebia petróleo e subsídios da União Soviética. Quando a têta secou, o modelo desmoronou. O salário de um médico não passa de R$ 60,00. Os hospitais estão sucateados e os pacientes tem que levar tudo na hora da internação, desde alimentação, até medicamentos, passando pelo material utilizado em curativos. Esse é o modelo reverenciado pela esquerda de todo o mundo, inclusive a nossa. Enquanto Fidel perdura, outro líder surge com um modelo que já nasce falido: Hugo chavéz e sua Revolução Bolivariana, também reverenciado pela esquerda brasileira. Poderíamos pegar o MST, que a esquerda considera um grupo político e não uma quadrilha armada, e mandar para Cuba para contribuir na construção dos ideiais revolucionários, da mesmo forma que eles contribuem aqui. Quem sabe a primeira terra invadida não fosse de propriedade do próprio comandante...

Um comentário:

  1. De fato, Cuba posa de país modelo para as nações de esquerda, mas esconde o preço que os seus habitantes pagam por isso. Sem liberdade alguma, sem o direito de ir nem vir, os cubanos arriscam a vida para abandonar o "pais modelo" e ir morar no inimigo numero 1 de Fidel - EUA. Um amigo foi passear em Cuba e as mulheres na rua pediam pelo amor de Deus para ele leva-las com ele para o Brasil para trabalharem de doméstica ou qualquer outra coisa, só queriam sair dali.

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